Há umas duas ou três semana atrás recebi um convite (muito inesperado) para falar em um congresso para jovens. Eu já estou quase que acostumada a fazer esse tipo de atividade, só que para bem menos pessoas e em locais e estruturas menores. Um congresso aspira responsabilidade. No começo fiquei bastante temerosa, mas por que temer em compartilhar a fé com outras pessoas? O tema era adoração e claro, fomos falar em "espírito e em verdade". A experiência foi ótima e Deus falou a todos os corações - inclusive o meu - por esta pregação.
Fiz um esboço a fim de organizar o pensamento. Caso haja alguma dúvida, só perguntar nos comentários.
Soli Deo Gloria
Esboço de Pregação. São Gonçalo, 12 de Julho de
2013. Igreja: Ass. de Deus Monte Betel, Arsenal.
Texto
Base: O SANTO EVANGELHO SEGUNDO S. JOÃO 4. 1-30; 39-42;
31-34.
CONTEXTO
BÍBLICO:
Autor:
João, o discípulo amado de Jesus. Pescador, irmão de Tiago, seguidor de João
Batista.
Sobre o livro:
Escrito 55 anos depois da morte de Jesus, não fez uma reprodução da vida, mas
tentou interpretar a vida do Salvador. O
tema gira em torno de ser Jesus o Filho de Deus (alguns presbíteros da Igreja
da Ásia Menor pediram a João que escrevesse este Evangelho a fim de refutar uma
doutrina que negava a deidade de Cristo propagada por um judeu chamado Cerinto.
O propósito seria então de convencer os incrédulos e também fortalecer os
crentes a permanecerem firmes. Uma das evidências da deidade de Jesus era o uso
do termo “Eu sou”, que no hebraico remetia diretamente a Deus.
Ø No caso desta passagem fica demonstrado
que Jesus se revelara como o Cristo, filho de Deus, a reposta para os judeus
entrando em total consonância com o propósito central do livro.
EXPLICAÇÃO:
Jesus, após saber que os fariseus (judeus ultraconservadores, que observavam
minimamente a lei e eram apegados à tradições) tinham ouvido dizer que Jesus
batizava mais gente do que João, então saiu da Judeia e foi pra Galileia. Foi
necessário que passasse por Samaria. Chegou então perto de um poço, cansado,
sentou-se. Veio uma mulher e Jesus disse para ela “Dá-me de beber”. Enquanto
isso os seus discípulos tinham ido comprar comida na cidade. A samaritana
questiona porque aquele moço (que ela ainda não sabia ser Jesus) estava falando
com ela, afinal de conta, esses dois povos não se davam bem. Eles discordavam
quanto ao lugar de adoração; os samaritanos achavam ser o monte Gerazim e os
judeus, Jerusalém.
O Senhor então começa um diálogo com
ela, dizendo que se ela o conhecesse, pediria água viva. Aí ela fica confusa e
questiona se ele era maior do que Jacó (um dos seus pais). Jesus responde que a
água que Ele tinha para oferecer, quem provasse dela, jamais tornaria a ter
sede e dentro da pessoa passaria a jorrar fonte de água para a vida eterna. A
mulher então pede a água para não ter mais sede e não precisar ir no poço
retirar.
Jesus pede para ela, então, chamar
seu marido. Ela diz que não tem e Jesus diz que ela acertou, porque ela já
havia tido cinco e o que com ela estava, não era nem marido. Sendo assim ela
reconhece que havia algo diferente com aquele homem, chamando-o de profeta.
Mudando rapidamente de assunto, ela questiona sobre o lugar de adoração,
remetendo mais uma vez aos pais da religião (primeiro ela cita Jacó e agora a
influência deles sobre essa questão). Jesus então diz que estavam numa hora que
o local de adoração não era o mais importante. O que era realmente importante
era quem era adorado. Complementou ainda dizendo que os samaritanos adoravam o
que não conheciam porque a salvação vem dos judeus (Jesus). Na verdade, aquela
era a hora em que os adoradores adorariam em espírito (“Os sacrifícios para
Deus são o espírito quebrantado” Sl 51.17a), ou seja, não da boca pra fora ou
apenas por religiosidade, tradição e em verdade (Jesus é a verdade, logo Ele é
o único meio para adoração). O Pai procura quem assim adora por intermédio de
Jesus, visto que ele é o Caminho. Jesus assume para ela que Ele era o próprio
Cristo (Eu o sou). Os discípulos chegaram e ficaram surpresos com a situação. A
mulher deixou o local e foi à cidade anunciar a Verdade de Jesus.
APLICAÇÃO:
Ø V. 4 – Deus tem um propósito para
todas as coisas. Ele não passou por lá em vão. Ele
tinha algo pra fazer na vida não só da mulher como da Região, porque Cristo foi
glorificado através de sua vida. Além disso, apesar da rixa entre os povos,
Jesus, diferente de nós, não faz acepção de pessoas. A água viva significa uma
vida com propósito e cheia do Espírito Santo. Ter um fonte desse tipo dentro de
si era o caminho para a vida eterna. E para ter essa fonte, era necessário
nascer de novo, reconhecer que Jesus é o Cristo.
Ø
A
mulher foi humilde ao reconhecer que Ele poderia lhe dar essa água.
Apenas a partir da humildade é que podemos ser cheios do Espírito Santo.
Ø
Jesus
escolhe uma mulher pecadora (caso dos maridos) para revelar
que Ele era Deus. Ele podia ter escolhido os religosos (até mesmo os fariseus
que ficavam de burburinho), mas preferiu uma pecadora. Deus usa os pecadores
(todos nós) para anunciar que Ele é o Senhor. Um outro aspecto importante é que
a mulher logo que conheceu Jesus como Cristo saiu a anunciar ao povo. Que esse exemplo de evangelismo sirva a
nós.
Ø
Jesus
descobre a nossa alma. Assim como ele fez com aquela
mulher, Ele é o único que nos sonda e que pode ver se há em nós algum caminho
mal (“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus
pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno”
Sl 139. 23-24)
Ø
A
mulher focalizava no local, quando na verdade o que interessava era o objeto da
adoração. O tempo havia chegado de que não importava se eram
Gerazim ou Jerusalém. A adoração estava centralizada em Cristo e não importava
mais o local porque os filhos de Deus passaram a ser o templo do Espírito Santo
(Ou não sabeis
que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente
de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19)
Ø
A
superficialidade fez com que ela questionasse sobre os pais da religião,
demonstrando priorização no local e na tradição,
quando Jesus chama a atenção para quem deve ser adorado. O local não é de suma
importância, se você tem Deus como Pai e se nasceu de novo, se tem vivido uma
vida de santidade. A presença do Filho é
o essencial para adoração.
Ø
A
salvação vem dos judeus, porque a Salvação era Cristo, que
estava ali, a promessa dos judeus cumprida. Um salvador possibilita que
pecadores como nós possam conhecer a Deus, adorá-lo e chamá-lo de Pai.
Ø
Não
há verdadeira religião sem Jesus. Não há verdadeira adoração sem Jesus.
Ø
Adoremos, porque a Salvação está aqui.
Ø
E que a nosso sustento seja fazer a vontade do Pai, realizando sua
obra.
RESUMO:
Propósito divino, humildade, homens pecadores, Jesus como Centro da adoração,
Adoração em espírito (não da boca pra fora, mas de um espírito vivo em Cristo)
e em verdade (centrada em Jesus, porque Ele é a verdade e com sinceridade),
Fazer a vontade do Pai deve ser nosso sustento.
REFERÊNCIAS
LAWSON, S. J. A arte expositiva de João Calvino. Editora Fiel.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Ed. 1995. Flórida: Life Publishers, 1995.
A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Revista e Corrigida no Brasil. Ed. 1995. São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1995.
ROBERTO,
B. Como ler o novo testamento. Ed. 1979. Rio de Janeiro: Edição Especial
Ministérios de Nova Vida, 1979.